segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O Senhor do Suspense e do Mistério


Alfred Joseph Hitchcock (Londres, 13 de Agosto de 1899 Los Angeles, 29 de Abril de 1980) foi um cineasta britânico, considerado o mestre dos filmes de suspense, sendo um dos mais conhecidos e populares realizadores de todos os tempos.

Em 1919, foi contratado como desenhista de créditos pelo estúdio Players-Lasky, da Paramount Pictures. Logo aprendeu a criar roteiros e a editar. Em 1922, tornou-se cenógrafo e assistente de direção. Nesse mesmo ano, teve sua primeira grande chance. O diretor de Always Tell Your Wife ficou doente, e Hitchcock foi indicado para terminar o filme.

Hitchcock nasceu na Inglaterra, teve uma rígida educação jesuíta e pretendia ser engenheiro, mas acabou ainda bem jovem, desenhando legendas de filmes mudos numa produtora londrina. Na década de 20, com o cinema ainda numa fase romântica, a diferença entre desenhar legendas e dirigir um filme ainda não era tão grande. Sua criatividade surpreendeu os dirigentes do estúdio, que decidiram promovê-lo a diretor Depois de um breve período de aprendizado, como assistente de direção e montador do diretor Graham Curtis, em 1925 fez seu primeiro filme, nunca concluído. "The pleasure garden", seu primeiro filme que dirigiu só e conseguiu terminar, obra ainda medíocre. Em 1926, contudo, já assina "The Lodger: A Story of the London Fog” (O Pensionista), seu primeiro sucesso, baseado nos assassinatos de Jack, o Estripador, demonstrando grande talento. A partir desse filme, Hitchcock faria pelo menos uma aparição em cada uma de suas produções, o que se tornaria uma de suas marcas. Foi também seu primeiro filme de suspense, gênero que o consagraria em todo o mundo. Daí por diante, não parou mais de filmar.

Em 1929, dirigiu Chantagem e Confissão, o primeiro filme sonoro britânico. Nessa fase inglesa, destacam-se ainda “Os 39 Degraus” (1935) e “A Dama Oculta” (1938), ambos envolvendo intrigas internacionais. Esses filmes chamaram a atenção de Hollywood para o diretor.

Sua "fase inglesa" vai até 1939, quando David Selznick o leva para os Estados Unidos, onde se tornou cidadão norte-americano em 1955. Em Hollywood, a personalidade reservada de Hitch, pouco afeita a festas e badalações, contribuiu para criar a sua aura de "senhor do suspense e do mistério". Na verdade, o que ele queria era filmar. E filmava como ninguém. Seu primeiro filme americano foi “Rebecca” e já começou ganhando um Oscar, e foi afirmando-se como um cineasta capaz de extrair bons filmes até de argumentos fracos. Seria indicado ainda por “Um Barco e Nove Destinos” (1943), “Quando Fala o Coração” (1945), “Janela Indiscreta” (1954) e “Psicose” (1960), mas nunca receberia o prêmio.

Seus filmes de suspense psicológico são considerados suas melhores produções norte-americanas. Incluem “A Sombra de Uma Duvida” (1943), “Pacto Sinistro” (1951) e “Psicose” (1960). Recebeu alguns prêmios, como o Irving Thalberg Memorial, da Academia de Ciências e Artes Cinematográficas, pelo conjunto de sua obra (1967); o prêmio da National Board of Review por “Topázio” (1969); o Cecil DeMille, da organização do Globo de Ouro (1972).Alfred Hitchcock é um dos cineastas mais comentados, biografados e reverenciados de todos os tempos. É difícil escrever sobre ele sem a sensação de estar repetindo o que todos sabem, ou pelo menos o que todos deveriam saber a muito tempo. Mais difícil ainda é buscar novos ângulos para a análise de suas obras e de sua vida. Ele já foi tratado como um simples artesão, como um mero empregado dos estúdios, repetindo a mesma fórmula para garantir bilheterias, mas também já foi alçado à condição de gênio, de grande autor, principalmente depois que os franceses da Nouvelle Vague (Truffaut à frente) promoveram uma releitura respeitosa (e quase sempre precisa) de seus principais filmes. Então, quem é o verdadeiro Hitchcock?

Antes de tudo, era um trabalhador do cinema. No sentido proletário do termo. Ao contrário dos diretores da atualidade, que são empresários, muitas vezes multimilionários, e que se envolvem diretamente na produção de seus filmes, Hitch manteve sua vida dentro da câmera preocupando-se, essencialmente, com o que o público assistiria. Decidir o enquadramento sempre foi mais importante que decidir o orçamento. Talvez por isso, ele conseguia imprimir aos seus filmes um caráter , ao mesmo tempo, autoral e popular. Hitch dominava a linguagem e conhecia como ninguém os recursos técnicos que a indústria poderia lhe proporcionar, mas parecia sempre mais disposto a brincar com o público (inclusive aparecendo rapidamente em seus filmes) do que a agradar aos chefões.

Como sua produção era muito extensa, e sempre no ritmo ditado pelos estúdios, teve momentos de maior ou menor qualidade. Mas quem vai negar os acertos de "Psicose", "Vertigo", "Disque M para matar", "Os pássaros", "Intriga internacional" e "O homem que sabia demais"? O estilo de Hitchcock, que combina realismo na ação, certo maneirismo na construção dos personagens e extrema inventividade na narrativa visual (resultante, antes de tudo, de uma decupagem brilhante e sofisticada), já foi muito copiado, mas, como acontece com obras e autores de exceção, não podem servir de paradigma para ninguém. Hitchcock foi um dos grandes. Tanto que refilmou seu próprio filme “O Homem Que Sabia Demais”, primeira versão (britânica) em 1934 e a segunda (americana) em 1956 com James Stewart e Doris Day nos papéis principais.

Seu último filme foi “Trama Macabra”, exibida em 1976. Quatro anos depois, no dia 29 de abril, o cineasta faleceu, em Los Angeles, aos oitenta anos, em conseqüência de insuficiência renal.


FILMOGRAFIA

Filmes mudos

Numbers Thirteen (1922) Filme Inacabado

Always Tell Your Wife (1922) roteiro

Woman to Woman (1922) assistente de direção

The White Shadow (1923) roteiro, cenário, montagem

The Passionate Adventure (1924) assistente de direção

The Blackguard (1925) assistente de direção

The Prude's Fall (1925) - assistente de direção

The Pleasure Garden (1925)

The Mountain Eagle (1926)

O Pensionista (1926)

Downhill (1927)

Easy Virtue (1927)

O Ringue (1927)

A Mulher do Fazendeiro (1928)

Champagne (1928)

O Ilhéu (1929)

Harmony Heaven (1929)


Filmes sonoros

Chantagem e Confissão (1929)

Elstree Calling (1930)

Juno and the Paycock (1930)

Assassinato (1930)

Mary Sir John Greift Ein (1930)

The Skin Game (1931)

Ricos e Estranhos (1932)

O Mistério no 17° (1932)

Waltzes from Vienna (1933)

O Homem que Sabia Demais (1934)

Os 39 Degraus (1935)

O Agente Secreto (1936)

Sabotagem ou O Marido Era o Culpado (1936)

Jovem e Inocente (1937)

A Dama Oculta (1938)

A Estalagem Maldita (1939)

Rebeca, a Mulher Inesquecível (1940)

Correspondente Estrangeiro (1940)

Mr. And Mrs. Smith (Um Casal do Barulho, 1941).

Suspeita (1941)

Sabotador (1942)

A Sombra de uma Dúvida (1943)

Um Barco e Nove Destinos (1943).

Bon Voyage (1944) curta-metragem

Aventure Malgache (1944)- curta-metragem

Quando Fala o Coração (1945)

Interlúdio (1946)

Agonia de Amor (1947)

Festim Diabólico (1948)

Sob o Signo de Capricórnio (1949)

Pavor nos Bastidores (1950)

Pacto Sinistro (1951)

A Tortura do Silêncio (1952)

Disque M para Matar (1954)

Janela Indiscreta (1954)

Ladrão de Casaca (1955)

O Terceiro Tiro (1956)

O Homem Que Sabia Demais (1956)

O Homem Errado (1957)

Vertigo - Um Corpo que Cai (1958)

Intriga Internacional (1959)

Psicose (1960)

Os Pássaros (1963)

Marnie, Confissões de Uma Ladra (1964).

Cortina Rasgada (1966)

Topázio (1969)

Frenesi (1972)

Trama Macabra (1976)

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